sábado, 10 de julho de 2010

Experiência com Cogus

Pessoal, gostaria de dividir com vocês a minha experiência com Cogus, já faz mais de um ano, mas é sempre novo para mim...

Espero que gostem!

Eram mais ou menos umas 15:30h quando pegamos os cogus e fomos comer…

Estava super segura, até pegar o bixinho totalmente azulado na mão... Começou o revertério, o frio na barriga, enjoo, não queria mais comer... Já era tarde, tinha comido 1, agora tem que descer pelo menos mais uns 3...

Consegui comer só mais 2, afinal, tinha almoçado e estava um pouco enjoadinha, achei melhor não forçar... (total de ingestão, eu 3 Lysergic 4, entre médios e grandes...)

O Lysergic estava de estômago vazio e as 16:00h já havia começado a trip, eu não... e fiquei achando que não ia bater...

Ligamos a TV, estava passando “Grandes Destruições” e comecei a achar aquilo muito violento e chato...

O Lysergic queria ver a rua, fomos até a sala, na janela, que não é pequena, observar... Então eu achei que deveria relatar o que eu estava vendo da trip dele, já que não ia bater em mim mesmo...

Ele pediu para que eu colocasse música, ele queria muito ouvir um tal de Seecede (ou qq coisa assim... Minimal, eu odeio... e minha praga pegou) não achei em lugar nenhum para baixar ou ovir online, não havia nenhum amigo on no msn que pudesse passar...

Deitamos na cama, ele deitou em cima de mim e eu fiquei olhando o reflexo da persiana na parede e pensando: “Nossa, como o mundo lá fora interfere na gente, mesmo de janela fechada... Os carros passam e o reflexo se altera... Nossa, o reflexo está andando... Olha essas cores!... Xiii... acho que bateu!”

A partir desse momento foi dada a largada para o acesso de risos... Eu não via sentido em nada a minha volta, não tinha sentido em ninguém e o Lysergic a me dizer que minha cara estava sapeca, que ficava mudando de lugar (?)...

E começaram as nojeiras: lágrimas, catarro, suor e aquela vontade quase incontível de ir no banheiro... Tirei o lençol da cama para não me enrolar e ficamos ali...

Foi o ponto de partida para um mundo novo, cheio de cores, sabedoria e muita desgraça, MUITA mesmo!

(Segundo andei falando com algumas pessoas, essa parte que vou relatar é totalmente normal e todo mundo vive, mas pra mim foi mágico... Não adianta tirar minha graça Mortandello!!!)

Me senti como se fosse o planeta terra, como é a sensação de ter a mata cortada, de ter asfalto sendo pasado por cima, senti a fúria de um vulcão explodindo, senti o frescor de uma nascente de água e a dor de tomar água poluída... Senti o prazer de dar e tirar a vida...
Quando comecei a ouvir sirenes que vinham da rua... Então senti a agonia de estar lá dentro, a dor de um acidente de carro e a vida se esvaindo na mão daqueles que ficam injetando adrenalina para não terem de responder processo por negligencia... Manter a vida a qualquer custo, mesmo que ela tenha ido embora...

Vi como o mundo surgiu, o universo e vi como ia acabar... Ao menos como a nossa sociedade ia acabar... Ah! Que alívio quando acabou! Como somos doentes, somos um câncer! Eu senti a dor da terra com a gente em cima!

Enquanto tudo isso o Lyserigc tentava falar comigo, estabelecer comunicação dividir a trip... Bem, eu não queria, ele não fazia parte da minha realidade paralela, e tudo que ele falava me puxava devolta... Eu NÃO queria voltar...

Deitei de cara em um rio colorido, a água era de bolinhas de cores fortes e lisérgicas... Que rio maroto, queria que eu ficasse pintada nas cores da água, mas não podia... Era apenas uma macaca sem pelos...

Falando em macacos... Ah! O mato... que saudades, como seria bom se eu vivesse lá... Sem prédios, instituições, comida transgênica, coca-cola e Mc Donald’s... Como eu queria não ter me envenenado a primeira vez...

Veneno... Ah, então é isso né?!

Eu preciso tomar sol, minha vida está se esvaindo na pele branca... Eu não vou aguentar o que vem por aí... Nossa, como Lysergic é branco... A gente vai morrer...

Morrer.... Ah, então é isso né?!

Preciso morrer, não posso viver com todo esse conhecimento, ou vou passar a vida toda aqui... Tomei cogumelo e nunca mais voltei...

Voltar... Ah, então é isso né?!

Eu NÃO quero voltar... Os loucos estão lá fora e eu estou protegida dentro do meu cercadinho...

Ah, então é isso né? A brisa tá acabando... Mas espera, eu to morrendo...
Eu decidi morrer, eu não quero viver com isso!!! Não posso, não quero voltar a vida normal... É melhor morrer!!! E minha vida se esvaiu...

De repente eu escuto lá no fundo:

- Então você se arrependeu de tomar os cogumelos?!

E mais uma vez:

Ah, então é isso, né?!
Eu não morri, preciso voltar... Me despir dos conceitos das pessoas, encarar o abismo (ou construir a ponte), esquecer tudo que eu aprendi até hoje e começar denovo...

(E ainda a sensação de que eu não tinha voltado)

Lysergic, vamos comer no japones? É melhor uma comida leve depois da intoxicação...
O mais impressionante: Quase não sujei a mesa de shoyu... Isso é um milagre!

3 comentários:

  1. Vc esqueceu de dizer que "drugs are bad, mkay?" Bom texto. Bjs

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  2. Ah É!

    Crianças, não usem doRgas! :)

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  3. Eu meio que entrei na viagem, só de ler a narração dessa experiência qndo vc passou por e-mail, e viajei de novo agora. xD
    Ainda assim, não tenho interesse em cogus, mas fico contente por ter sido tão mágico pra vc! ^^

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